DIA 16 DE NOVEMBRO ESTIVERAM PRESENTES NA CÂMARA DOS VEREADORES DA CIDADE DE SÃO PAULO MAIS DE OITENTA PROFSSIONAIS DA DANÇA EXIGINDO A AMPLIAÇÃO DE RECURSOS PARA O PROGRAMA DE FOMENTO À DANÇA, TRANSPARÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS E AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE DANÇA A FIM DE ATENDER A DEMANDA EXISTENTE NA CIDADE.
MOMENTO DE FESTEJAR MAIS UMA VEZ A MOBILIZAÇÃO DA DANÇA PAULISTANA !
MOMENTO TAMBÉM DE ESTARMOS ATENTOS !
ESTAMOS EM FASE DE VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA 2012. O MOMENTO É ESSE. A HORA É AGORA ! NOVAS MOBILIZAÇÕES VEM PELA FRENTE ! PARTICIPE !

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29 julho 2011

Ocupação na Funarte/SP: um pseudo-movimento anárquico-marxista obsoleto

Colegas

Tenho recebido inúmeros e-mails e telefonemas querendo saber da minha opinião à respeito desta atual 'movimentação política' em São Paulo. Bem, o que tenho a dizer é que considero uma grande bobagem a ocupação da funarte, beirando à uma irreponsabilidade sem tamanho. Sou trabalhadora da cultura e não me vejo representada por este movimento. Para ser mais exata não me vejo sob hipótse alguma representada pela 'cooperativa paulista de teatro' , pois ela representa apenas e tão somente uma pequena parcela dos artistas da cidade de São Paulo, embora insistem em propagandear o contrário.
Naquele discurso estão embutidas outras razões que não me interessam mesmo. Principalmente razões e ambições político-partidárias.
Para poder levar à sério este ou qq outro movimento deste porte é necessário que se entenda muito bem o que estão colocando à frente como escudo nas suas reivindicações ou seja: PEC 150, Pro Cultura, Fim da Lei Rouanet, Descontigenciamento, Prêmio Teatro Brasileiro (mesmo que venha com o falso discurso de agregar as demais linguagens), etc.
Considero de uma infantilidade sem tamanho esta ocupação da Funarte, as ameaças, o intimidamento daqueles que ousam dizer o contrário e sobretudo este discurso pseudo-marxista ultrapassado e obsoleto.
Em nenhum momento houve falta de diálogo da Funarte ou do MINC com a classe artística.
O descompasso é que temos muito pra falar e o Ministério e a Funarte tem pouco a dizer
Temos sim uma equipe neste novo-velho governo frágil e na maioria das vezes equivocado frente à todas as discussões acumuladas nos últimos 8 anos.
É um 'começar de novo' que não faz sentido algum. Isto sim me incomoda e me causa desânimo.
Mas tb sei que ou construímos algo juntos ou retrocederemos.
E os efeitos deste retrocesso serão bem piores do que o que estamos vivenciando atualmente
Pra começar precisamos entender qual política pública pra cultura estamos tentando construir nos últimos 8 anos que não se refere exclusivamente à liberação de aportes financeiros para contemplar o meu ou o teu projeto.
E, por fim, fico tentada a dizer aos colegas que me perguntam sobre a legitimidade deste pseudo-movimento pseudo-anarquista, que não se prestem a ser 'massa de manobra' nas mãos daqueles que insistem em falar em nome dos trabalhadores da cultura.
Portanto, afirmo e reafirmo: não faço parte deste movimento e nem levanto esta bandeira
Nossa discussão precisa ser outra, bem mais propositiva e bem menos 'chorona'
Muito mais democrática no sentido de ouvir outras opiniões, outros pontos de vista.
Coisa que infelizmente a classe artística esqueceu como se faz.
Como diz um querido amigo de terras gaúchas: 'o que penso e o que sei é tão importante quanto o que tu pensas e o que tu sabes. Muito mais importante é o que conseguimos fazer com o que pensamos e sabemos'
Solange Borelli
Artista da Dança
Produtora Cultural

3 comentários:

  1. Olá Solange,

    Direto e ao vivo ao Assunto. Pau nessa gente!!!

    bj

    Jair Alves

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  2. Olá Solange,

    estou fora da cidade e sem possibilidade de acompanhar a ocupação de perto, nem mesmo suas reverberações. Porém, lendo e ouvindo muito a respeito, surgem-me dúvidas.
    Pelo que entendo o movimento não é legitimo, no sentido de realmente representar os trabalhadores da cultura, numa mesma medida ele se tornou concreto e causou reverberações ( no pretérito, pois sei que se finalizará amanhã)...e nesse sentido me pergunto se não teria sido importante ter estado por perto, no intuito de dar outras perspectivas e polarizar a discussão. Pois mesmo não sendo uma situação ideal, ela aconteceu, se concretizou e, por isso, foi real.
    Pergunto isso como uma trabalhadora da cultura, como uma artista que tem desejos de que a arte seja entendida de outros modos, de que a discussão não se limite aos problemas que nos afligem cotidianamente e que almeja mudanças profundas no pensamento político de nosso país, porém sem nenhuma experiência anterior, sem acúmulo histórico para compreender e elaborar a situação atual com grandes certezas...por isso, venho publicamente declarar e dividir minhas dúvidas.

    Grande beijo
    Natalia

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  3. A Cooperativa Paulista de Dança vêm reafirmar seu apoio à luta pela melhoria das condições dos trabalhadores da cultura e pelo desenvolvimento do setor cultural no país, repudiando, entretanto, qualquer atitude que venha a ferir a democracia.

    Acreditamos que as manifestações populares organizadas e o diálogo com os gestores públicos são ferramentas legítimas e importantes para contribuir no desenvolvimento da sociedade brasileira. Também acreditamos ser legítima a ocupação da Funarte ou de qualquer orgão público, como forma de chamar a atenção para a paralisia e o risco de retrocesso que parecem emanar de ações ou declarações da nova gestão federal da Cultura, sem que uma pauta amadurecida em anos de discussão seja posta em prática.

    Mas discordamos das ações promovidas pelo grupo que se intitula MTC que se estabeleceu buscando de forma arrogante e prepotente a condição de porta voz das demandas da cultura no plano Federal, pois acreditamos que tais procedimentos interferem, ferem e mancham a nossa luta.

    É urgente a retomada de fato do diálogo entre o governo e artistas porque já se perdeu tempo demais e pouco se avançou em quaisquer das instâncias. É urgente também que uma gestão representada por um equilíbrio entre continuidade e mudança apresente sua agenda com transparência, levando em conta a construção participativa que o setor cultural estabeleceu de maneira republicana junto ao governo federal.

    Não se percebe no atual momento da cultura nacional uma ação decidida por parte do MinC em prol das lutas e conquistas que a sociedade claramente expressou, tanto através das inúmeras instâncias de debates institucionais quanto pela voz das urnas nas eleições passadas. O Ministério se encontra credor da confiança do setor cultural num diálogo transparente e na discussão de uma agenda propositiva, urgente, concreta e efetiva de ações que garantam a consolidação das conquistas dos últimos anos e o avanço das emergências historicamente acumuladas no país.

    Acreditamos na disposição deste governo eleito com o importante apoio da grande maioria dos artistas em sua capacidade de responder aos desafios presentes e queremos fazer parte deste processo decisório.

    Para tal julgamos ser fundamental:

    1. O descontingenciamento dos recursos reservados ao setor, recursos que têm sido historicamente insuficientes, e apenas começam a se aproximar de um patamar mínimo aceitável para as necessidades e o potencial de desenvolvimento do Brasil.

    2. A clara opção política do Ministério pela aprovação no Congresso Nacional das emendas e projetos de lei que representaram o consenso possível neste momento da construção de um Sistema Nacional de Cultura. Entre estas as PEC 150 e 236.

    3. A clara gestão dos assuntos encaminhados como prioritários pelo Colegiado Setorial de Dança, entre eles a realização urgente de um Mapeamento qualitativo e quantitativo dos dados socio-econômicos da Dança no país; e a busca de articulação das ações governamentais tanto ao nível interno da administração federal (Educação, Relações Exteriores, Turismo, Trabalho) quanto entre instâncias federativas (Secretarias de Cultura dos Municípios e Estados e órgãos correspondentes) tendo o Plano Nacional de Dança como referência.

    4. A abertura do diálogo com os setores culturais e a apresentação de uma pauta de ações e intenções desta gestão para os próximos três anos e meio.

    # Por não me reconhecer representado por este misterioso movimento e alicerçado em meus 34 anos de militância artística na dança tenho o dever de alertar toda a classe artística deste país para que não haja apropriação indevida dos discursos e lutas tão arduamente construídos pela nossa categoria.

    Sandro Borelli – Presidente da Cooperativa Paulista de Dança

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